Nem flexibilidade, escalabilidade ou preço: os CIO pedem aos fornecedores de TI confiança, lealdade e visão partilhada

Perguntámos a alguns pesos pesados de grandes empresas que operam em Espanha o que eles pedem aos seus fornecedores de TI. Surpresa: é uma questão de relações, não tanto de tecnologia.

Por Nerea Bilbao

À medida que os gestores de tecnologia aumentam o seu peso e responsabilidade estratégica nas empresas, também aumentam as suas exigências aos fornecedores de TI que lhes fornecem as ferramentas para digitalizar as empresas.

Vale a pena notar que muitos dos CIO consultados por esta publicação quase não mencionaram aspetos tecnológicos nas suas exigências. Nem flexibilidade, escalabilidade, integração ou custos. Falavam de compromisso, lealdade, especialização, honestidade, conselho e confiança. Estes são os requisitos típicos em qualquer tipo de relação. Também profissional.

Pablo Monteliu, CIO de AON, resume perfeitamente este sentimento geral. “Para mim não há fornecedores de TI, para mim há parceiros”, diz ele. “Os parceiros tecnológicos são aqueles com quem se aventuram numa relação a longo prazo” e, por isso, ele pede-lhes o mesmo que em qualquer relação a longo prazo: além das capacidades, diz ele, lealdade, valores partilhados, e uma visão semelhante a longo prazo.

Maria José Sesarino, CIO de Lefebvre, concorda, acrescentando honestidade. “É importante que não o enganem e que não lhe digam que têm o que não têm”, diz ela.

Outro componente que apela aos CIO é a especialização e o conhecimento do mercado, sempre com honestidade, como já vimos, por parte do fornecedor. Para Rubén Andrés Priego, CIO do Evo Banco, ter a formação e experiência e conhecer as tecnologias existentes e saber como adaptá-las às necessidades específicas de uma empresa é o principal valor.

Todas estas qualidades devem necessariamente ser reforçadas pela confiança. Esta é a característica realçada por Sandra Pedraza, CIO da Cruz Vermelha Espanhola. Quando questionada sobre os requisitos que pedem às empresas tecnológicas que cultivam a sua estratégia de TI, ela destaca “empenho e confiança para empreender qualquer tipo de projeto”.

No caso de Unai Obieta, CDO do Grupo Adecco, é a especialização que, no fim de contas, é outro tipo de confiança. “Se precisamos de alguém na cloud, procuramos uma empresa que seja especialista, que nos dê garantias e que tenha qualidade”, diz ele. Os generalistas com uma vasta gama de serviços não são tão peritos, explica ele. “Preferimos ter sete fornecedores diferentes para sete coisas diferentes do que um fornecedor que faz tudo por nós”, conclui ele.

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