Fugas de dados biométricos custarão mais de 8 mil milhões de dólares até 2025

Fugas de dados biométricos custarão mais de 8 mil milhões de dólares até 2025.

A estimativa da Gartner tem em conta as leis de privacidade atuais e o aumento da recolha de dados como reconhecimento facial.

À medida que a recolha de dados biométricos aumenta, seja através de impressões digitais, da varredura da íris ou do reconhecimento facial remoto, as vulnerabilidades sobre estes dados e, consequentemente, a penalização em caso de fuga também aumentam. De acordo com a estimativa da Gartner, até ao ano de 2025, processos judiciais e reclamações relacionadas com falhas de privacidade com sistemas de informação biométrica e processamento custarão às empresas mais de 8 mil milhões de dólares em multas em todo o mundo.

“Veículos autónomos, drones, edifícios e cidades inteligentes são sistemas ciber físicos que captam registos biométricos de todos os tipos”, diz Bart Willemsen, Vice-Presidente de Investigação da Gartner. “Mas esta informação tem um grande potencial para ser mal utilizada ou abusada”, adverte.

As leis de privacidade atuais já abrangem a captura, conversão, armazenamento e processamento de dados biométricos, podendo, ser aplicadas à tecnologia de marcação facial nas redes sociais. Esses dados podem vir com um regime de retenção, que pode proibir a venda, locação, negociação ou lucro com dados biométricos.

Segundo Willemsen, alguns destes regulamentos proíbem completamente o uso de informação biométrica em determinadas situações. “Nestes casos, é importante que os líderes de gestão de segurança e risco e líderes de privacidade considerem alternativas, meios menos invasivos para atingir os fins pretendidos, explicando toda a informação necessária ao cliente sem qualquer ressalva”, acrescenta.

Na análise da Gartner, os orçamentos de privacidade aumentarão, permitindo que a privacidade mude de conformidade para vantagem competitiva. A Gartner prevê que, até 2024, o orçamento anual de privacidade para as grandes organizações supere a marca de 2,5 milhões de dólares, permitindo uma mudança da ética de conformidade para a diferenciação competitiva.

A Gartner recomenda que as organizações obtenham primeiro o controlo total sobre todas as atividades de processamento de dados pessoais antes de poderem entregar esse controlo ao indivíduo. Uma forma de o fazer é através dos direitos de privacidade e dos serviços de gestão de consentimento.

“O cliente sentirá a diferença entre ter de esperar semanas por uma resposta incompleta ou, em segundos, ter acesso total à resposta à pergunta ‘que dados fazem uma organização processar-me?’. Esta diferença é onde a confiança é adquirida ou perdida”, conclui Willemsen.
 

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