
Por Cátia Silva, CEGOC
Ao nível da aprendizagem assistimos a um forte crescimento do Digital Learning logo após o primeiro confinamento, sendo este um dos formatos que veio para ficar – não só fruto da necessidade que empresas e colaboradores experimentaram em teletrabalho, mas porque trouxe novos hábitos e flexibilidade que muitos não estão agora dispostos a abdicar. Também as empresas dedicadas ao desenvolvimento de competências que hoje persistem no mercado responderam a 2020 com o alargamento e a digitalização da sua oferta. Todavia, e apesar de um crescimento sem precedentes, existe ainda um largo caminho a percorrer para, de forma sustentável e contínua, melhorar os percursos 100% digitais.
Recorrer a uma solução de Digital Learning não tem de ser “uma aventura solitária” de autoestudo e autoaprendizagem. Para serem cada vez mais eficazes, os percursos de aprendizagem devem promover momentos de interação, não só com os especialistas na matéria, mas também com outros participantes. Assim, recorrer ao “tradicional módulo de e-Learning”, por muito interativo que seja, é uma prática que deve ser equacionada. Por oposição, soluções rápidas, como Classes Virtuais de 2 horas, podem ser muito efetivas, se estruturadas em torno de um objetivo pedagógico específico, e desde que acompanhadas por um conjunto de exercícios de aplicação imediata face à realidade de cada participante. Isto, de forma a promover a transferência da aprendizagem para o local de trabalho.
Melhorar os percursos de aprendizagem 100% digitais, e manter a sua qualidade e propósito (provocar mudança de comportamento e melhoria nos resultados), implica ter em consideração as especificidades de cada participante e o facto de todos nós aprendermos de forma diferente, a um ritmo diferente e face a distintas necessidades. Com o Digital Learning, não só é possível, como se tornou mais fácil! Formações anteriormente “compactas” – de 2 dias em sala – podem agora ser facilmente divisíveis em percursos de aprendizagem 100% digitais de várias semanas, compostos por diferentes recursos e etapas, de forma a garantir o envolvimento de todos e a respeitar os diferentes ritmos e formas de aprender. Soluções que permitem a personalização do percurso de aprendizagem contemplam ferramentas colaborativas acessíveis 24/7, ativos que visam a aquisição de conhecimento, vídeos, classes virtuais, módulos de treino intensivo, bots, etc., são aquelas que nos irão permitir continuar a inovar, e manter os mais elevados padrões de qualidade, no presente e num futuro em que a aprendizagem digital continuará a crescer.
Se há aproximadamente um ano muitas empresas não procuravam especificamente soluções 100% digitais, atualmente assistimos a uma situação inversa. Todavia, muitas áreas de L&D ainda têm de se transformar em verdadeiros parceiros estratégicos no desenvolvimento dos planos de negócio das empresas que representam. Para isso, ao invés de procurarem “apenas” responder a um requisito legal, deverão encarar a formação como um investimento crucial para manter a competitividade de pessoas, equipas e organizações, com a realização de um cuidado diagnóstico às causas dos problemas e ineficiências quotidianas, de forma a encontrarem soluções que, efetivamente, produzam os resultados esperados de forma sustentada.