Como podem os CIO preparar o negócio para o futuro?

Não é preciso prever o futuro para se preparar para ele. As estratégias aqui listadas vão ajudá-lo a manter a sua organização em linha com os objectivos.

Os CIO do retalho enfrentam vários desafios durante o corrente ano. Os orçamentos estão mais apertados, o ambiente tecnológico está a mudar rapidamente, o negócio está cada vez mais assente nas tecnologias de informação e as lojas de tijolo e cimento estão a debater-se para dar resposta às expectativas digitais dos consumidores.

Ao mesmo tempo, os CIO têm uma grande oportunidade de ajudar tanto as organizações de TI e o negócio em geral não apenas a acompanhar a velocidade das mudanças na indústria, mas de as tornar à prova do futuro e dos obstáculos que podem atrasar as empresas.

Aqui estão cinco sugestões para que os CIO do sector da distribuição consigam contribuir para que a empresa acompanhe as tendências.

1. Encontrar o equilíbrio entre parar e avançar

Quando se fala de tecnologias emergentes, muitos retalhistas são afectados pelo “síndrome do objecto brilhante”, diz Peter Sheldon, vice-presidente de estratégia da Magento Commerce e antigo analista na Forrester Research. Muitas vezes, os CIO arriscam cedo de mais no desenvolvimento de pilotos, antes mesmo da tecnologia atingir a maturidade, explica. “É por exemplo importante determinar se uma nova solução funciona realmente numa loja física, incluindo a adopção de Bluetooth e Wi-Fi”, acrescenta.

Em simultâneo, os CIO precisam encontrar o ponto de equilíbrio entre serem interpretados como “velhos do Restelo” ou desencorajadores, quando encarnam o papel da razão junto do C-Suite. Os CIO poderão ter de propor o abrandamento: “vamos pôr esta solução de lado neste momento”, diz. “Os retalhistas poderão acreditar que a transformação digital é a chave para salvar as vendas em loja, mas qual é a proposta de valor? Melhora de facto a experiência do cliente?”

2. Trabalhar com o negócio

Estão a surgir novas posições C-Level, como é o caso dos encarregados de gestão de dados (Chief Digital Officer – CDO), que poderão ter a responsabilidade de encontrar os anteriormente referidos “objectos brilhantes”, bem como CMO com cada vez mais poder e orçamentos de tecnologia. Tal significa que os CIO poderão ter de lutar para controlar os gastos que se registam com ou sem o seu contributo.

“Quando não ninguém a liderar este caminho de crescimento acelerado, a tendência é para o aumento dos gastos, assinala Ricardo Belmar, da InfoVista. De qualquer modo, os CIO proactivos vão conseguir trabalhar em conjunto com o negócio para resolver os desafios da tecnologia, sem reter o desenvolvimento do negócio. “Os CIO de sucesso não vão ser aqueles que dizem, “não, não podemos fazer isso”, serão aqueles que são proactivos e que dizem: “essa é uma óptima ideia, eis a forma que considero melhor para trabalharmos em conjunto para a implementar”, explica. “Os CIO podem assinalar: aqui estão três desafios que poderemos ter de ultrapassar, mas sabemos como resolve-los utilizando tecnologia – por isso vamos fazê-lo da forma correcta à primeira”.

3. Suporte de entrega contínuo

Os CIO devem ter as pessoas, os processos e os produtos certos para conseguir entregar continuamente, diz Rob Thomas, vice-presidente sénior da Global Research & Development na Manhattan Associates.

Muitas vezes, explica, isto poderá passar por procurar parceiros que têm produtos com todos os elementos necessário. Isto inclui coisas como componentes de negócio independentes para suportar melhorias “plug and play” ao longo do sistema; uma modelo de expansão que permite abranger soluções e estratégias únicas ao mesmo tempo que asseguram os componentes do sistema principal podem ser actualizados sem tempos de inactividade; e a capacidade de implementar e desenvolver ambientes cloud que possam suportar o aprovisionamento rápido e a escalabilidade horizontal. “Com a agilidade de negócio adequada, com agilidade ao nível da arquitectura e pessoas/parceiros, a capacidade de a empresa criar vantagens competitivas ou de reagir a uma ameaça da concorrência com distribuição contínua, vai colocar as empresas em posição para criar o futuro e não de reagir a ele”, acrescenta.

4. Assegurar a consistência e fiabilidade das aplicações

Imagine o seguinte: entra numa loja com a sua lista de presentes. O funcionário insere o seu nome num tablet e instantaneamente tem acesso ao seu histórico de compras na loja e apresenta sugestões com base nas compras de outros clientes. A performance consistente e fiável da aplicação potencia uma experiência personalizada como a referida acima, aponta Belmar. “Com todo o tráfego que as tecnologias wireless estão a gerar nas lojas, é importante que não interfiram com a largura de banda necessária para outras aplicações prioritárias, como os POS, que têm de ter uma disponibilidade total.  Os CIO precisam explorar o que precisam para desenvolver que está em falta na loja para suportar uma nova aplicação. Vejo este passo a ser ignorado, há muitas suposições onde o teste é feito e assumem que irá funcionar em todas as lojas”.

5. Suporte a um ecossistema aberto

Muitos retalhistas tradicionais lutam para integrar elementos digitais e físicos, devidos aos silos nas infra-estruturas de TI, diz Shelley Koham, vice-presidente de consultoria na RetailNext. “Os retalhistas actuais precisam compreender a importância de um ecossistema aberto no ecossistema da distribuição”, explica.

Os CIO podem trabalhar diligentemente para criar uma infra-estrutura nas traseiras que suporte esta solução integrada em todos os cantos do negócio. “Os retalhistas que podem realmente criar este ecossistema de parceiros e de inteligência partilhada vão passar à frente de retalhistas que poderão não estar ainda a tirar partido destas estratégias”, assinala.

Agilidade, adaptação e inovação

No geral, os CIO podem ajudar as empresas a preparar-se para o futuro ao ser altamente adaptáveis e ágeis no desenvolvimento rápido de projectos para o negócio, disse Sheldon. “É um ambiente acelerado e dinâmico, focado nas necessidades do negócio, onde é essencial, em simultâneo, abrir os olhos aos responsáveis pelo negócio, especialmente no que diz respeito novas tecnologias demasiado recentes.

O CIO deve assegurar igualmente que a organização de TI pode continuar a desenvolver inovação para o negócio, acrescenta Thomas. “A velocidade de inovação não é apenas uma frase feita, é a chave para concorrer com sucesso, em especial num ambiente em que as mudanças estão a acontecer tão rapidamente”, assinala. “O negócio pretende que o CIO entregue as soluções rapidamente e que apoie as necessidades de formação, ajuste e refinação da solução praticamente em tempo real. Esse é um enorme desafio para muitos CIO que estão a lidar com sistemas legados e a gastar 80% ou mais do orçamento apenas para manter as luzes acesas”.

Do lado positivo, a posição do CIO tem sido significativamente valorizada ao longo dos últimos anos. Já têm voz na administração, diz Koham da RetailNext. “Muito disto deve-se à importância de disponibilizar tecnologias que se tornam significativamente mais importante no ecossistema da distribuição, seja através dos pagamentos móveis, das redes sociais, da análise e da automação”.

OS CIO que sobreviverem e prosperarem e conduzir as empresas ao próximo nível, serão aqueles que conseguirem o apoio absoluto do negócio, diz Sheldon. “O CIO precisa de estar disponível a aceitar novas ideias, incluindo trabalhar com fabricantes de cloud e soluções SaaS, mas também podem provar que as suas organizações podem ser ágeis e entregar projectos rápida, atempadamente e dentro do orçamentado e trabalhar de forma colaborativa com o negócio”.

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