Confiança das PME varia com internacionalização

Comparativamente com as empresas que não vendem para outros países, as PME que fazem comércio internacional estão mais confiantes com o estado actual da economia e com o futuro.

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As PME que optam por vender para o exterior estão mais optimistas face ao futuro do que aquelas que vendem apenas dentro de portas. As conclusões são do estudo “O Futuro dos Negócios”, promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Económico (OCDE), pelo Banco Mundial e pelo Facebook.

Portugal não integra o estudo, no entanto o barómetro mensal arrancou em Setembro com 17 países e conta actualmente com dados sobre 33 países. Para além do âmbito geográfico, a análise tem vindo a abranger cada vez mais temas.

No relatório publicado por ocasião do Fórum Económico Mundial, que decorre esta semana em Davos, na Suíça, são cobertos novos temas como a influência do factor “comércio internacional” e dados demográficos de género inter-relacionados co a confiança das empresas.

O estudo faculta “informações relevantes para ajudar as empresas a tomarem decisões de negócio”, abordando exclusivamente a nova economia digital e móvel”. A análise “utiliza uma metodologia inovadora para compreender o ambiente económico em que estas empresas desenvolvem os seus negócios”, explica comunicado de imprensa.

Globalmente, 42% das 140 mil PME que responderam ao inquérito disponibilizado pelo Facebook, estão confiantes face ao actual momento económico. Sobre o futuro o grau de optimismo é superior: 60%.

Confiança é mais elevada nas PME envolvidas no comércio internacional

O estudo da OCDE e do Banco Mundial revela que as PME que realizam negócios internacionais têm maior confiança relativamente às que não o fazem. O tema da internacionalização foi incluído no estudo devido ao interesse demonstrado por decisores, analistas e pela Academia em conhecer a relação entre o comércio internacional e a confiança das empresas.

O relatório revela que 17% das pequenas empresas consultadas vende para o exterior. “Esta percentagem é elevada, tendo em conta que 85% destas empresas tem menos de dez empregados e não são grandes multinacionais”, explica o documento. As PME (45%) que realizam negócios a nível internacional são mais propensas a criar emprego nos próximos 6 meses, em comparação com as que não o fazem (37%).

45% das PME envolvidas no comércio internacional deverão criar empregos nos próximos seis meses. Esta intenção é mais baixa nas empresas que trabalham apenas localmente (37%)

Perto de um quinto das empresas sondadas criaram postos de trabalho nos últimos seis meses, mas muitas mais esperam criar emprego no próximo semestre (39%).

Os principais desafios que as empresas identificam prendem-se com a atracção de clientes (77%), aumento das receitas (59%) e manutenção da rentabilidade (49%).

O estudo visa a partilha de sentimentos, desafios e tácticas sobre como enfrentar a nova era da economia digital móvel. A maioria das PME utiliza ferramentas online para fazer publicidade junto de novos clientes (75%), mostrar produtos/serviços (75%) e fornecer informação (65%). O estudo revela que as empresas com mais confiança geralmente utilizam ferramentas online para mais objectivos, sendo que três quartos dos inquiridos utilizam essas ferramentas para atingir cinco ou seis dos objectivos apresentados.

A influência do género

Quanto ao género, o estudo revelou que não há diferenças a assinalar relativamente à confiança sobre a situação actual e futura quer as empresas sejam lideradas por mulheres ou por homens.

O “Futuro dos Negócios” procurou entender de que modo é que as empresas lideradas por mulheres percepcionam o ambiente em comparação com as empresas com homens aos comandos. Para além das insignificantes variações em matéria de confiança, os desafios enfrentados são também idênticos.

O senso comum leva-nos a pensar que as tecnologias são maioritariamente utilizadas por homens, no entanto, as empresas lideradas por mulheres são mais propensas a utilizar ferramentas online para alcançar os seus objectivos.

No entanto, as empresas lideradas por mulheres são mais propensas a utilizar ferramentas online para alcançar o sucesso. As mulheres são sete pontos percentuais mais propensas a utilizar ferramentas online para mostrar produtos e serviços e seis pontos percentuais mais predispostas a partilhar informação (como horário de funcionamento e informações de contacto).

“Não sendo tipicamente vistas como as principais consumidoras de tecnologias, o facto é que as mulheres estão a utilizar mais o digital do que os homens para gerir os seus negócios”, descreve o estudo. Além disso, “o digital contribui para a igualdade no trabalho, uma vez que os empresários podem chegar aos seus clientes em qualquer parte do mundo, sem investir recursos significativos ou confrontar-se com normas culturais”, afirma a informação.

A pesquisa completa está publicada online e as informações agregadas estão disponíveis para investigadores, decisores políticos e empresas que necessitam de estatísticas.

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