A organização empresarial é mais uma emanação do modelo social que o homem criou à sua imagem.
Ao longo dos séculos, vários foram os modelos experimentados, sendo que o mais comum era o de manter a “coisa” no seio familiar.
Fosse império, região, país, província, comuna ou outra qualquer estrutura que exigisse um governo, o objetivo primeiro era o de encontrar um sucessor cuja característica principal não era a competência, mas sim o apelido.
Nem que para isso fosse necessário recorrer aos casamentos entre familiares com o objetivo de perpetuar a posse do poder.
Quando o ser humano intervém nos processos de selecção natural, a natureza rejeita liminarmente a decisão e o tempo é inevitável e implacável. Pode demorar, mas, o efeito está lá, intervimos na promoção, na sucessão baseada em mérito e antecipamos o fim.
Acontece que, tal como a história – e a ciência nos mostra, estas decisões são o início do fim das organizações. Tal como a genética nos proíbe de termos descendentes dentro do âmbito familiar ao tentamos cruzar genes em familiares próximos, o mesmo acontece nas organizações quando estas forçam promoções ou sucessões no seio da família ou no círculo de amigos, relegando o mérito e a competência para segundo plano.
Por outro lado, a centralização demasiada de poder contraria o princípio da inteligência coletiva que nos diz que não há ninguém mais inteligente que nós todos juntos.
É desta forma que, são poucas as empresas familiares que se eternizam pelo problema da consanguinidade da descendência e a elevada centralização de poder e são poucas as empresas que conseguem sobreviver ao processo do “esquema” por contratar ou promover o amigo como prática corrente e padrão de comportamento.
O presente mostra-nos que o ser humano tem muita dificuldade em ter visões holísticas e aprender com padrões e com os erros do passado. Fora de portas, vemos com perplexidade as aberrações produzidas por regimes como o da Coreia do Norte.
Cá dentro, temos o sucessivo fenómeno de empresas de amigos que vivem do esquema e destroem património por onde passam, os bancos que são resgatados, os bancos que são divididos, as empresas que são vendidas porque se tornam insustentáveis.
Tudo isto por uma razão, quando o ser humano intervém nos processos de selecção natural, a natureza rejeita liminarmente a decisão e o tempo é inevitável e implacável. Pode demorar, mas, o efeito está lá, intervimos na promoção, na sucessão baseada em mérito e antecipamos o fim.
Cá dentro, temos o sucessivo fenómeno de empresas de amigos que vivem do esquema e destroem património por onde passam, os bancos que são resgatados, os bancos que são divididos, as empresas que são vendidas porque se tornam insustentáveis.
É desta forma essencial que a promoção e a sucessão ocorram por mérito, por competência e por complementaridade, só assim questionamos em permanência e quebramos o status-quo das organizações evitando visões egocêntricas, e apurando cada vez mais a espécie (empresa) pela visão holística, pela confrontação racional das decisões e pela riqueza da diversidade das visões.
Afinal a mãe natureza tem muito a ensinar aos feiticeiros de empresas.
Leandro Pereira, PhD PMP ROI
CEO Winning Management Consulting / Prof. Auxiliar ISCTE-IUL / Presidente do PMI Portugal
leandro.pereira@winning.pt