O consultor do gabinete do Ministro da Saúde, José Carlos Nascimento, aproveitou a presença na conferência da APDSI, sobre eHealth, para referir que vai deixar o cargo, por razões do foro pessoal. Ressalva que mantém a confiança no projecto da tutela para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e explicou cinco ideias, algumas de alerta, para a estratégia pública de sistemas de informação (SI) na Saúde:
‒ Arquitectura: o professor da Universidade do Minho, defende a definição de um plano de desenvolvimento dos sistemas de informação do SNS, para “uma década”, fundado num “consenso criado no terreno”, portanto a partir das bases. Implica por exemplo criar um modelo de sistema de informação e de governação. “A Saúde não pode ser gerida de forma centralizada”. Tem de reflectir a multiplicidade de agentes, acredita.
‒ Profissionais: o desenvolvimento dos sistemas deve incluir os profissionais de saúde, que actualmente estão excluídos do processo.
‒ “Deployment”: evitando dirigir a crítica à SPMS, recomendou que entidades públicas façam mais do que prometem. Referia-se ao estado dos sistemas informação básicos do SNS, que diz ter “problemas gravíssimos”, associados ao suporte com sistemas da Oracle desactualizados. “É urgente dar resposta”, sublinhou.
‒ Serviços: o consultor defende que a telemedicina é a única forma de lidar com o problema financeiro na área da Saúde e resolver a necessidade de prestar assistência com maior proximidade. Isso inclui também serviços aqueles do foro social, como o combate à solidão sobretudo de idosos.
‒ Indústria e internacionalização: “o futuro dos sistemas de informação do sector da saúde será o que o mercado e as empresas conseguirem desenvolver”, defende o professor. Apesar disso, admite modelos nos quais o Estados intervêm, mas sem que imponham planos.